A maneira como consumimos literatura mudou bastante nos últimos anos. Com o crescimento dos audiobooks, dispositivos como Kindle e aplicativos de leitura assistida, como Audible e Speechify, o ato de ler não se restringe mais ao texto impresso. Mas a questão ainda gera debates: Ouvir livros conta como leitura?

Especialistas em educação e literatura reconhecem que ouvir audiobooks é uma leitura válida. Estudos de neurociência mostram que ouvir um livro ativa áreas cerebrais semelhantes às envolvidas na leitura visual, estimulando processamento semântico, memória e aquisição de conhecimento. Para muitas pessoas, especialmente aquelas com deficiência visual, dislexia ou dificuldades de concentração, os audiobooks são a forma mais acessível de ter contato com a literatura, permitindo consumir conteúdo durante atividades cotidianas como deslocamentos, exercícios ou tarefas domésticas. Dispositivos e aplicativos assistidos tornam possível “ler” a qualquer momento e lugar, reforçando a inclusão e a formação cultural.

Além disso, o áudio pode complementar a leitura de livros físicos ou digitais, ajudando o leitor a reforçar a compreensão e a retenção do conteúdo. Ou seja, é possível ler o livro e ouvir o audiobook simultaneamente, aproveitando o melhor de ambos os mundos.

Apesar das semelhanças cognitivas, existem diferenças importantes:

  • Controle de ritmo: A leitura visual permite pausar, reler e acelerar partes do texto conforme necessário. Já os audiobooks dependem da velocidade do narrador, embora aplicativos permitem ajustar a velocidade de reprodução.
  •  Atenção e imersão: Ler exige foco visual e atenção plena, ideal para estudo, análise crítica ou textos complexos. Ouvir permite multitarefa, mas pode reduzir a concentração em obras densas.
  •  Experiência sensorial: Livros físicos oferecem interação tátil e visual, enquanto audiobooks oferecem imersão auditiva com narração de tons, inflexões e emoção nos diálogos.

O importante é que ambos os formatos estimulam a leitura e permitem ampliar o repertório cultural. Estudos mostram que a retenção de informações é maior na leitura visual, mas os audiobooks são excelentes para manter o hábito literário, descobrir novos títulos e tornar a leitura mais acessível e flexível.

O debate sobre qual formato é “melhor” é constante, mas a conclusão mais relevante é simples: o essencial é que o leitor esteja consumindo conteúdo de alguma forma. Seja lendo, ouvindo ou combinando os dois, o importante é manter a literatura presente no dia a dia.

Para quem deseja começar ou complementar a leitura com audiobooks, algumas opções populares incluem:

  •  Audible (Amazon): ampla biblioteca, incluindo best-sellers e clássicos.
  •  Speechify Audiobooks: oferece títulos em diversos idiomas e experiências de leitura assistida.
  •  Kindle + Audiobooks: alguns e-books possuem versão narrada integrada.
  •  Bibliotecas públicas e clubes de leitura: BSP, Villa-Lobos e outras instituições disponibilizam empréstimo de audiobooks.
  • Aplicativos gratuitos: LibriVox e plataformas de domínio público oferecem títulos clássicos narrados.

 

Conclusão: use os dois formatos a seu favor;

O mais saudável para o leitor moderno é não escolher apenas um formato, mas usar a leitura visual e o audiobook como ferramentas complementares. Essa combinação permite estudar, aprofundar conhecimento, ampliar vocabulário, reforçar a compreensão e manter o hábito literário mesmo em rotinas corridas.

Em resumo: ler e ouvir são formas de leitura, cada uma com seus benefícios. O que realmente importa é que o leitor esteja engajado com o conteúdo, cultivando o hábito e ampliando seu repertório cultural, de maneira acessível e prazerosa.



Texto escrito por: Cass Razzini

 

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